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É preciso falar sobre violência contra a mulher

Ciúmes não é o tempero do amor. Um puxão de cabelo, só de vez em quando, não é normal.  Foi assim, com frases de impacto e com dados sobre a violência que acontece dentro de casa, que Thays Bierbebach, do coletivo Mais que Amélias e do Instituto Rosas do Contestado, e Angélica Cardoso de Lima, membro do Centro Judiciário de Solução de Conflitos (Cejusc) de União da Vitória, falaram na Tribuna, na sessão de segunda-feira, 2. Elas participaram da reunião do Legislativo de União da Vitória à convite da vereadora, Alandra Roveda, que naquele noite, acompanhou a aprovação do projeto de sua autoria que cria na cidade, o Dia de Combate ao Feminicídio.

Conforme Thays e Angélica, a violência acontece em lares indistintos: mulheres ricas e pobres podem – e são – vitimas da violência praticada por seus companheiros.

“Uma mulher é agredida a cada dois minutos no País e só 11% das vitimas denuncia. Dessas, 80% tem vínculo com o agressor. Cinqüenta e quatro por cento das pessoas conhece alguém que sofreu violência domestica”, apontou Thays. “É um problema estrutural, que vem de geração em geração. Existem mitos sobre a violência doméstica, de que se trata apenas de briga de marido e mulher, por exemplo”.

De acordo com Angélica, existe um processo de rede, integrado, que acolhe as mulheres vitimas de violência. O Cejusc, de União, é uma dessas ferramentas.

“Ninguém chega batendo. Quando você conversa com uma vítima, ela ainda pergunta se vale a pena denunciar. Ela esquece que mantendo um casamento abusivo, ela estava mostrando para os filhos que apanhar é normal ou que bater é normal”, aponta, Angélica. “Esse não é o conceito de família”.

Para a vereadora, Alandra, o assunto precisa ser debatido de maneira mais intensa. Conforme a parlamentar, essa necessidade ficou ainda mais evidente na ação proposta por ela, o Ônibus Lilás. Ele esteve em União em julho, visitou três bairros e neles, colocou as mulheres em uma situação mais confortável para narrar suas experiências de violência.

“Além disso, estamos apurando essa questão da delegada, que não temos aqui na Delegacia da Mulher, e ainda, o botão do pânico. Precisamos cada vez mais de políticas públicas mais fortes na nossa comunidade”, destaca.

O Projeto de Lei número 15, de 2019, foi aprovado em segunda votação na sessão desta segunda-feira, 2. Com ele, fica criado o Dia Municipal de Combate ao Feminicídio.

Vereadora Alandra Roveda

Seminário Regional sobre violência

O evento, que tem como foco a violência contra as mulheres, acontece no dia 19, a partir das 8 horas, na Uniguaçu. A iniciativa é do coletivo Mais que Amélias e Instituto Rosas do Contestado. O seminário compõe uma das etapas de um projeto de inclusão que as entidades desenvolvem em algumas escolas. O seminário é gratuito, aberto ao público.

CASO JULIANA

O mais recente caso de feminicídio em União da Vitória foi registrado em setembro de 2018, Juliana Graupmann, 38, foi morta a facadas pelo seu companheiro. Ele, inclusive, procurou a Delegacia, se apresentou e confessou o crime. O feminicídio aconteceu no bairro Nossa Senhora da Salete, em São Cristóvão. Conforme a Policia Militar na ocasião, o homem agrediu Juliana com golpes de faca e fugiu. A vítima ainda chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. A morte violenta chocou, revoltou e causou comoção na cidade.

Comunidade protestou pela morte de Juliana, em setembro de 2018

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