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Você sabia que União da Vitória já viveu um estouro de uma barragem particular?

Os vereadores de União da Vitória acompanham assuntos de projeção nacional, como a tragédia de Brumadinho, que 14º dia de buscas: número de mortes sobe para 157, na quinta-feira, 07. Esse tipo de acontecimento não acontece somente longe da nossa sociedade.

Esses acontecimentos trágicos trazem importantes conhecimentos aos legisladores locais. Alguns como enchentes, rompimentos de barragens, grandes incêndios também são registrados em União da Vitória, e por isso a necessidade de acompanhar estudar e adaptar dispositivos de proteção e prevenção na cidade.

Depois do desastre ambiental da barragem de rejeitos de minério da Companhia Vale, em Brumadinho (MG), o Governo do Estado do Paraná resolveu fazer um contrato de gestão com o Simepar, Sistema Meteorológico do Paraná, para avaliar a situação das 461 barragens existentes no território paranaense. Em paralelo, duas unidades que abrigam resíduos minerais, em Cerro Azul e Campo Largo, serão vistoriadas nessa semana. Os trabalhos serão monitorados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental e Turismo. Uma outra barragem, que fica na localidade de São Bento, no interior de General Carneiro, foi classificada como de alto risco de rompimento.

O Simepar foi escolhido para auxiliar no processo porque o órgão, sediado no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, desenvolve atividades de serviços nas áreas de meteorologia, hidrologia e meio ambiente.

A maioria das barragens localizadas no Paraná são para uso de irrigação, abastecimento de água, geração de energia, proteção de meio ambiente e recreação.

Rompimento de tanque já matou em União da Vitória

O rompimento de barragens não é evento isolado na região. Dentre todas essas ocorrências, uma foi registrada no sul do Paraná. Foi na Barragem Fazenda Guavirova, um enorme tanque de peixes, na Colônia Correntes, em União da Vitória, no dia 24 de agosto de 2016.

Na ocasião, uma cheia provocou o rompimento da barragem, ocasionando a morte de uma pessoa. Uma movimentação de terra próximo a um tanque de peixes resultou na morte de homem que acabou soterrado. Ademir de Oliveira Carneiro, 66, estava sozinho em casa, no momento do desmoronamento, e acabou morrendo soterrado.

O corpo foi localizado no dia seguinte, 25, pela equipe dos Bombeiros de União da Vitória. A Associação Casa de Apoio a Restauração Divina (Acardi) também foi atingida pelo desmoronamento, tendo o acesso bastante prejudicado pelo excesso de barro e árvores caídas. O susto foi tão grande que moradores do local pensavam se tratar de um tornado.

Paraná tem 11 barragens de alto risco

De acordo com o Relatório de Segurança de Barragens, que traz dados referentes ao ano de 2017, o Paraná conta com 450 barragens para diferentes finalidades, como acúmulo de água, de rejeitos de minérios ou industriais e para geração de energia. Ainda assim, apenas com relação aos barramentos oficialmente cadastrados, no Paraná, pelo menos 11 são classificados como apresentando alto risco, 30 de médio risco e 63, baixo risco.

A categoria de risco refere-se a aspectos da própria barragem que possam influenciar na possibilidade de ocorrência de acidente, como a condição da estrutura. Dentre as classificadas como de “alto risco”, sete ainda apresentam um Dano Potencial Associado (DPA) considerado alto, classificação esta que se refere ao dano causado em caso de acidente ou rompimento, como a de General Carneiro.

Barragens de Alto Risco no Paraná (Janeiro 2019)

Represa Canteri – Imbituva

Lago Favoretto – Manoel Ribas

Barragem Costa – São João do Ivaí

Represa Três Barras – São Sebastião da Amoreira

Eugenio Carneiro – Tibagi

Coronel Domingos Soares – Coronel Domingos Soares

Barragem São Bento – General Carneiro

Lago Paulo Gorski – Cascavel

Cristo Rei – Campo Mourão

Justus Inácio – Martins

Usina e Fábrica de Papelão Apucaraninha Londrina

 

Lei de segurança de barragens já tem oito anos

Oito anos depois da aprovação, o Brasil ainda sofre para tornar efetiva sua Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB). O principal problema, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA) e especialistas ouvidos pela reportagem, é o número insuficiente de funcionários em órgãos fiscalizadores pelo país. A lei federal, aprovada em setembro de 2010, visa garantir padrões de segurança que minimizem acidentes e seus efeitos no meio ambiente e nas comunidades afetadas.

Em tese, a fiscalização dos órgãos estaduais e federais -há 41 com potencial fiscalizador, mas só 33 efetivamente fiscalizam- é restrita aos reservatórios que se enquadram nos critérios da PNSB. Mas até para saber se as barragens têm as características estabelecidas pela lei é necessário, muitas vezes, que a equipe vá até o local fazer medições.

Como critério, a PNSB especifica características de altura, capacidade de armazenamento de água, periculosidade dos resíduos e gravidade do dano social e ambiental caso haja algum acidente. Estão cadastradas 24.092 barragens no país, mas o número real pode ser maior. Dessas, 4.510 (19%) estão submetidas à PNSB. Em 76% dos casos não está definido se o reservatório é submetido à política nacional por falta de informação.

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