CMUVA Câmara Municipal dos Vereadores de UVA
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Quem chegou depois das 19 horas, quando a sessão do Legislativo de União da Vitória tem inicio, precisou assistir as discussões no hall de entrada do plenário. Cheia, a sessão realizada nessa segunda-feira, 2, trouxe na pauta homenagens e discussão sobre o feminicídio.
Sobre a violência contra a mulher, Thays Bierbach, do coletivo Mais que Amélias e do Instituto Rosas do Contestado, e Angélica Cardoso de Lima, membro do Centro Judiciário de Solução de Conflitos (Cejusc) de União da Vitória, apresentaram dados, histórias, narrativas e uma descrição completa do que é, de fato, violência.
Elas foram convidadas a usar a tribuna pela vereadora Alandra Roveda, que na noite de segunda, viu o projeto de sua autoria, que cria o Dia Municipal de Combate ao Femincidio, ser aprovado em segunda votação. Com a data, marcada no calendário em 22 de julho, a aposta é por, pelo menos um mês, abordar o assunto de maneira intensa. “Apanhar não é normal” e “Ciúmes não é o tempero do amor”, foram algumas das frases repetidas por Thays e Angélica.
Conforme elas, União da Vitória é a quinta cidade do Paraná (dados de 2015) mais violenta, quando o assunto envolve as agressões – e mortes – que se praticam dentro de casa.
“O problema é de 2015 para cá, os dados já não mais consistentes. Apenas em 2018 já tivemos três feminicídios, fora as tentativas”, comentou Angélica. “O ciclo da violência não permanece no esmo nível e o ápice dele, é o feminicídio, o assassinato da mulher pelo fato de ela ser mulher”, completou Thays.
Para Alandra, as legislações que norteiam a conduta de atendimento às mulheres vítimas, ainda é precária.
“Por isso a gente precisa criar mecanismos, com uma seqüência, para mostrar que essas mulheres não estão sozinhas, que tem como ser ajudadas”, defendeu.
Homenagens
A sessão foi de muitos aplausos também. Novamente, a Terceira Idade esteve em pauta. Contudo, dessa vez, um único nome garantiu aplausos do plenário e abraços afetuosos dos familiares. Dona Sebastiana do Carmo Duroek, chamada pelos membros da Terceira Idade – e até por quem não pertence ao grupo – de “eterna presidente”, por conta de sua história com os mais velhos, recebeu um Voto de Aplausos. A preposição foi do vereador, Valdecir Ratko.
Conforme a justificativa da proposta, Dona Sebastiana, que completou 90 anos em agosto, teve sua vida dedicada ao trabalho voluntário e a composição da Terceira Idade como é hoje em dia. Tanto, que o Centro de Convivência tem o nome de um de seus seis filhos, Jairo Luiz Duroek. “Um exemplo de comprometimento, amor e dedicação”, diz, parte da redação.
“Estou com 90 anos e não esperava tanta coisa boa. Hoje (segunda-feira) é um dia muito feliz na minha vida. Eu amo a Terceira Idade de coração. Nunca larguei mão deles. Eu coordeno a cozinha ainda, me sinto muito feliz”, sorriu.
Recebeu aplausos no meio da sessão, quebrando o protocolo, o maestro da Banda Marcial da Escola Coração de Maria, José Carlos Gonçalves e sua esposa, Berenice. O Voto de Aplausos à entidade criada em 1994, foi do vereador, Almires Bughay Filho. “Que este belo trabalho continue sendo desenvolvido junto à nossa comunidade, pois em todo lugar que vá, carrega o nome da nossa cidade”, justificou o texto da proposta.
“O sentimento e de gratidão por esse trabalho que tem como objetivo principal, formar pessoas. Temos muitos que passaram pela banda e hoje são empresários, médicos, advogados. Acima de tudo, eles se tornaram pessoas boas e produtivas para a sociedade. No Coração de Maria, uma escola com 70 anos de atividades têm a nossa banda que neste ano, completa 25 anos de história”, afirma o maestro. “A palavra é gratidão”.
Luto
De autoria de todos os parlamentares, foram aprovados dois votos de Pesar. O primeiro, aos familiares do ex-prefeito, Alcides Fernandes Luiz, que faleceu no dia 29 de agosto, aos 91 anos de idade. Alcides foi prefeito de União em duas gestões, no final das décadas de 70 e depois, em 80. Entre seus feitos, os parlamentares lembraram alguns, citando, por exemplo, a construção da ponte Domício Scaramella e a criação da então Face, hoje, Centro Universitário da Cidade de União da Vitória.
Os vereadores, todos eles, também compartilharam o Voto de Pesar pelo falecimento de Lucas Gonçalves Vieiras, de 20 anos. Na noite do dia 25 de agosto, ele perdeu o controle de sua motocicleta e caiu da ponte que liga os bairros Bom Jesus e Panorama. Lucas era conhecido da comunidade, aluno do IFPR e filho da professora, Giceli Gonçalves, que atua na Secretaria da Educação, em União da Vitória
Audiência Pública
O presidente do Legislativo, Ricardo Sass, lembrou, ainda, sobre a realização da audiência pública, marcada para o dia 10, e que tem como pauta a regulamentação do estacionamento para carga e descarga. O convite para a audiência é aberta à comunidade, especialmente aos lojistas do anel central, onde o Estar funciona. A sessão acontece na Câmara, às 19 horas.
